O MASSACRE DE ALTO ALEGRE (1901): NUANCES DA MEMÓRIA TENETEHARA
Resumo
Neste artigo, trata-se a respeito de perfis da relação entre padres e freiras
capuchinhos e comunidades indígenas até o início do século XX, cujo
desdobramento é conhecido no imaginário maranhense como o “massacre de
Alto Alegre”, um evento ocorrido em 1901, na região que corresponde hoje ao
território do município Jenipapo do Vieiras. Este evento envolveu diferentes
sujeitos sociais e, por conseguinte, diferentes memórias e disputas de
narrativas. Em vista disso, apresenta-se aqui a memória indígena, mas,
sobretudo na perspectiva de descendentes do povo Tentehar, a partir da
memória legada por seus ancestrais. Em termos metodológicos seguiu-se as
orientações do campo da História Oral. Assim, ouviu-se relatos de depoentes
indígenas com a idade entre 80 e 90 anos e de professores indígenas de
escolas indígenas de Grajaú e Jenipapo dos Vieiras. A versão hegemônica
relativa a este evento, até hoje, ainda é a que foi elaborada pela Igreja Católica
e está fundamentada em estereótipos acerca dos indígenas Tentehar. Por isso,
se compreende o quanto é necessário e importante que estes últimos também
apresentem a sua versão. Assim sendo, o objetivo principal desta reflexão é
contribuir com o processo de superação de preconceitos que envolvem a
população indígena no imaginário social maranhense e, em particular, nesta
região.
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