INFLUÊNCIAS NEOCONSERVADORAS E NEOLIBERAIS NA POLÍTICA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA REDE ESTADUAL DE ENSINO EM MATO GROSSO
Resumo
Neste artigo, o objetivo é discutir sobre as influências neoconservadoras e neoliberais nas políticas educacionais presentes na formação de professores. Para isso, o estudo analisa a política de organização da formação continuada de professores da Rede Estadual de Ensino em Mato Grosso, por meio do PEIP – Projeto de Estudos e Intervenção Pedagógica instituido pela Portaria 161/2016/SEDUC/MT, considerando aspectos gerencialistas e de performatividade presentes no documento oficial, bem como identificar espaços de resistência e busca de autonomia docente nas escolas. A metodologia consiste em um estudo documental da respectiva Portaria. No desenvolvimento, as discussões teóricas baseiam-se no neoconservadorismo e neoliberalismo a partir das contribuições de Michael Apple (2000; 2003; 2013), a formação de professores centram-se os estudos em Nóvoa (1995; 1997; 2002), sobre gerencialismo discute-se a partir de Clarke e Newmann (2012) e Álvaro Moreira Hypolito (2008, 2010, 2011). Sobre a performatividade os estudos de Stephen J. Ball (2004, 2005, 2010, 2014) contribuem para as discussões sobre a fabricação do sujeito a partir de uma perspectiva de performance e competição. As considerações do estudo apontam que a política educacional da Rede Estadual de Ensino em Mato Grosso sofreu reconfigurações a partir do PEIP, interpelando as práticas pedagógicas escolares, além de estabelecer um controle e regulação sobre o trabalho docente. Com isso exige-se dos docentes maior performance sobre o trabalho realizado em sala de aula e, ao mesmo tempo, também é possível identificar alguns espaços de resistência visíveis.
Os artigos podem ser reproduzidos total ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e seu uso seja para fins acadêmicos.