SEXUALIDADE, GÊNERO E DIVERSIDADE NA PERSPECTIVA ESCOLAR: EXCLUIR OU INCLUIR PARA EDUCAR?
Resumo
O objetivo deste texto é de aprofundar as teorias referenciadas por autores que afirmam que a visão homogênea da identidade tem sido substituída por uma concepção heterogênea das pessoas, ou seja, a visão pós-moderna do mundo humano é altamente pluralista. E baseado nessa perspectiva, o espaço escolar é o ambiente apropriado para pautar prática discursiva sobre gênero, diversidade sexual e currículo. O letramento em sala de aula e a construção da identidade social são associados aos conhecimentos construídos na escola e tem como dever uma base ética no que diz respeito às nossas identidades sociais. Essa modificação e compreensão da concepção heterogênea da identidade social serve como prerrogativa para nos entendermos como seres subjetivos, fragmentados e construído em práticas discursivas situadas na história, na cultura e na instituição e cabe a escola se apropriar desses temas, incluindo todo o aparato linguístico e teórico em sua base curricular. Para tanto, se faz necessário questionar a ausência das temáticas referentes à orientação sexual, a gênero dentro da proposta curricular do ensino educacional. O processo de ensino e de aprendizagem que tem forte contribuição na formação do educando, enquanto cidadão, enquanto um ser ético, crítico e reflexivo se deve a uma educação pautada no compromisso com o respeito à diversidade e isso só é possível quando o professor, todo o aparato pedagógico e a equipe diretiva estão amparados e preparados através de um projeto curricular educacional.
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