CONDIÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO FEMININO À LUZ DE SILVIA FEDERICI
Resumo
O presente estudo, teve como objetivo fazer uma reflexão sobre o trabalho doméstico feminino partido da perspectiva da pesquisadora Silvia Federici. A metodologia empregada neste estudo foi a pesquisa bibliográfica de carácter qualitativo e também análise do banco de dados estatísticos do Instituto Nacional de Geografia e Estatística – IBGE, referente ao trabalho doméstico no Brasil. Os argumentos demonstram que apropriação do trabalho feminino ocorreu a partir da divisão sexual do trabalho forjado ao longo do tempo, tendo como base, o sistema patriarcal. Além do mais, verifica-se que para o capitalismo os serviços de cuidados e labor doméstico não são contabilizados como valor de mercado, por não produzir riqueza direta. Todavia, é indispensável para a manutenção e reprodução da força de trabalho. A discussão empreendida permitiu concluir que a sobrecarga, a invisibilidade, a inferiorização e precarização são os resultados do trabalho de cuidados e atividades domésticas para quem executa.
Referências
BENTO, Cida. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras,2022.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. 11 ed. Rio de Janeiro. Tradução: Maria Helena Kühner. Bertrand Brasil, 2012.
DAVIS, Angela, 1944 - Mulheres, raça e classe; trad. Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016.
FEDERICI, Silvia, 1942. O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo, volume 1; tradução Heci Regina Candiani, São Paulo: Boitempo,2021.
________. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Título original: Caliban and the Witch: Women, the Body and Primitive Accumulation Tradução: coletivo Sycorax São Paulo: Elefante, 2017.
FREYRE, Gilberto, 1900-1987. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 481 ed. rev. São Paulo: Global, 2003.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo, SP: Atlas, 2008.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos/ organização Flavia Rios, Márcia Lima. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRADIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional por amostra de domicílio contínua PNAD. Brasília: IBGE, 2013 e 2022. Disponível em:https://www.dieese.org.br/infografico/2023/trabalhoDomestico2023.html. Acesso em: 03 jan. 2024.
LOPES, Mônica Sette. O feminino e o trabalho doméstico: paradoxos da complexidade. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 3a. Região. Belo Horizonte, v. 52, n. 82, p. 113-126,. 2010.
LUCENA, Maria Gláucia Ribeiro de; ANDRADE, Rafael Douglas Sousa de. Refletindo a condição da mulher negra na formação patriarcal racista do Brasil à luz de Lélia Gonzalez. Cadernos Cajuina Revista Interdisciplinar. v. 9, n. 3, p. 1-14, 2024.
.
ORNELLAS, T.C.F. de; MONTEIRO, M.I. Aspectos históricos, culturais e sociais do trabalho. Rev Bras Enferm, v. 59, n. 4, p.552-555, 2006.
SILVIA. Maria Clara Aguiar e FAGUNDES. Maria Augusta Figueira. Trabalho doméstico não remunerado no Brasil: As influências do patriarcado e capitalismo sob a ótica trabalhista. Revista Extensão. v. 6, n.2, p. 34-38, 2022. Disponível em: https://revista.unitins.br/index.php/extensao/article/view/6900/4536. Acesso: 22 jun. 2024.
SIQUEIRA, Wallace Lobato. Salário dos trabalhadores por intensidade tecnológica: uma investigação para o Rio Grande do Sul. Sapienza: International Journal of Interdisciplinary Studies. v. 1, n. 1, p. 1-16, 2020.
Os artigos podem ser reproduzidos total ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e seu uso seja para fins acadêmicos.