AS REPRESENTAÇÕES DO INTELECTUAL GILBERTO FREYRE SOBRE CRIANÇA E INFÂNCIA NAS OBRAS CASA GRANDE & SENZALA; SOBRADOS E MUCAMBOS E ORDEM E PROGRESSO

Palavras-chave: Criança. Intelectual. Gilberto Freyre

Resumo

Os estudos sobre Infância e a Criança no Brasil ainda são bastante
recentes e observa-se que esses conceitos sofreram diversas alterações no
decorrer da história, inclusive recente, ao mesmo tempo em que sempre
estiveram atrelados ao contexto histórico de uma determinada sociedade. Neste
sentido, esta pesquisa em andamento consiste num processo exploratório de
cunho bibliográfico que visa a necessidade de se discutir os conceitos de criança
e infância presentes nas obras Casa-Grande & Senzala; Sobrados e Mucambos
e Ordem e Progresso, do importante intelectual brasileiro Gilberto Freyre (1900-
1987), tendo sido ele um dos autores que abordou a temática da constituição da
sociedade brasileira em suas renomadas obras. Como técnica de análise e
geração dos dados adotamos a análise de conteúdo previstas por autores que
propuseram ou popularizaram o uso da técnica, como Bardin (1977). A principal
fonte desta pesquisa são as próprias obras de Freyre e também o banco de teses da CAPES e a base de dados da SciELO onde busca-se analisar um período
histórico brasileiro muito conturbado e cheio de incertezas, o final do Séc. XIX e
início do Séc. XX, período que corresponde ao final do Império e Início da
República. Com a abolição da escravidão no Brasil (1888), há um contexto social
completamente novo no país. A República trouxe a corrente de pensamento
Positivista, com seu desprezo pela área de humanas e sociais e a valorização
das exatas e naturais, tanto para a política como para a educação dos meninos,
que muito cedo eram enviados aos colégios internos. Neste contexto tão cheio
de detalhes, o autor acaba por relatar em alguns trechos sobre a infância e a
vida das crianças neste período, como quando descreve as vestimentas das
crianças ou as brincadeiras e brinquedos mais valorizados na época de análise.
A partir destes relatos, este trabalho buscou responder aos questionamentos
realizados sobre as concepções de “Infância e Criança” presentes nesta obra.
Esperamos também que ao término deste, possamos trazer contribuições
significativas do pensamento deste importante intelectual brasileiro e sua
contribuição para a história da Educação brasileira e, em especial, para a história
da infância no Brasil.

Biografia do Autor

Aline Serra de Jesus, Universidade Federal do Maranhão - UFMA

Acadêmica do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da UFMA. Bolsista Voluntária pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC-UFMA Lattes http://lattes.cnpq.br/4951012853983907  Orcid ID https://orcid.org/0000-0002-9951-2190  

Juliana Hashimoto, Universidade Federal do Maranhão - UFMA

Acadêmica do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da UFMA. Bolsista CNPq pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC-UFMA. Lattes iD: http://lattes.cnpq.br/6128992924729457- Orcid iD: https://orcid.org/0000-0001-5742-6158 

José Carlos de Melo, Universidade Federal do Maranhão - UFMA

Pós-doutor em Educação. Docente do Departamento de Educação II e Docente do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Ensino da Educação Básica do (PPGEB) da Universidade Federal do Maranhão. Coordenador do Grupo de Estudos, Pesquisa, Educação, Infância & Docência-GEPEID.  Lattes iD: http://lattes.cnpq.br/1282285394690979 - Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-0501-8141

Referências

ARAÚJO, José Carlos Souza (org.); SOUZA, Rosa Fátima de (org.); PINTO,
Rubia-Mar Nunes (org.). Escola primária na primeira república (1889-1930):
subsídios para uma história comparada. Araraquara, SP Junqueira & Marin,
2012.
ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Tradução de Dora
Flaksman – 2.ed. – [Reimpr.] – Rio de Janeiro, 2012.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 2009.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei n º 8.069, de 13 de junho
de 1990.
BURKE, Peter. Gilberto Freyre e a nova história. Tempo social, São Paulo, v.
9, n. 2, p. 1-12, 1997.
COSTA, Ricardo Peres da. Gilberto Freyre e a infância no Brasil patriarcal.
USP – Ano VI, n. 10, p. 41-60, 2015
FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Global
Editora, 2007.
Publicado
2021-06-09