O SISTEMA DE COTAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

UM CASO BRASILEIRO

  • Fátima Kzam Damaceno de Lacerda UERJ
Palavras-chave: Ações afirmativas, Educação a distância, Formação de professores

Resumo

Este trabalho possui como objetivo discutir a situação dos estudantes que ingressam através do sistema de cotas em cursos a distância. Os dados apresentados foram obtidos através de análise documental e entrevistas com ex-alunos do curso semipresencial de Pedagogia para as séries iniciais, no período de agosto de 2003 a dezembro de 2010, no Polo EAD de Nova Friburgo (RJ/Brasil). Verificamos que 57,5% dos discentes concluíram com aproveitamento o referido curso, e que a evasão foi de 23,5%. A porcentagem de alunos cotistas que concluíram (63,9%) é maior do que a dos não cotistas (56,1%) e a evasão é significativamente menor. Os dados também revelam que não há diferença significativa entre os coeficientes de rendimento dos alunos cotistas e não cotistas. A partir deste estudo, sugerimos o aprofundamento das pesquisas sobre as ações afirmativas e a educação superior a distância.

Biografia do Autor

Fátima Kzam Damaceno de Lacerda, UERJ

Formada em Licenciatura em Química (UERJ, 1985) e em Engenharia Química pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ, 1987), possui Mestrado em Tecnologia de Processos Bioquímicos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (EQ/UFRJ, 1991) e Doutorado pelo Programa Multidisciplinar em Meio Ambiente da UERJ (PPGMA/UERJ, 2012). É Especialista nas áreas de Educação Matemática (FFSD-NF, 2002) e Planejamento, Implementação e Gestão em Educação a Distância (UFF, 2010). Professora do Instituto de Química da Universidade do Estado do Rio de Janeiro desde 1994 (DTPB/IQ/UERJ), foi diretora do Polo de Educação a Distância de Nova Friburgo de 2003 a 2011 e Diretora Adjunta de Tutoria da Fundação CECIERJ de 2012 a 2013. Atualmente é procientista da UERJ e professora dos Cursos de Pós-Graduação stricto sensu em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (ProfÁgua) e Ensino de Biologia (PROFBIO). É Coordenadora da Universidade Aberta do Brasil (UAB) da UERJ, atuando junto aos cursos semipresenciais de licenciatura da universidade. Possui experiência na área de Bioquímica, Processos Bioquímicos e Educação, com ênfase em Educação a Distância, principalmente nos seguintes temas: educação em ciências, educação ambiental, ciências ambientais e formação de professores.

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Publicado
2018-10-14
Seção
Artigos